poetizada

terça-feira, 14 de setembro de 2010

inspiração não é somente a entrada de ar no pulmão


Olha só filho, teu pai que é poeta anda experimentando outros gêneros. Você tem sido uma grande inspiração pa ele, que me disse ter escrito esse conto pra você. 
Engraçado é que um dia ele virou e me disse que na verdade, percebeu durante sua sessão de terapia, ele escreveu isso para sobre nós dois. Sobre nossos desejos infantis. E que a pipa.... ahhhh, chega, não vou entregar tudo. Quem quiser ler ai está:



A pipa

         Havia, em uma cidadezinha bem pequena, um garotinho que adorava empinar pipas. Ficava horas na rua ou em cima de sua casa empinando suas pipas.
         Além de empinar, ele adorava fazer pipas. Fazia com tanto amor e tanta dedicação (apesar de nem conhecer essa palavra ainda) que suas pipas eram reconhecidas por todos na cidade. Todos, quando olhavam para o céu, sabiam que aquela pipa era dele.
         Um dia, depois da aula, ele viu uma menininha que estudava com ele, (se viam sempre, mas nunca haviam se falado) chorando na porta da sala. Quando ele perguntou a ela o que havia acontecido, ela disse ter brigado com os amigos porque falou que as pipas que ele faz são as mais bonitas, e os amigos respondiam: Não é, não!
         O menininho disse: Não fique assim. Fico muito feliz que sejam as mais bonitas pra você! E ela sorriu.
         No outro dia o pai da menina foi na casa dele e disse que sua filha ainda estava muito triste com o que os amigos disseram; e lhe pediu para fazer uma pipa que mostrasse para os outros que ele poderia fazer as mais belas pipas.
         O menino pensou na menina e aceitou o desafio.
         No domingo, no parque, o menininho chegou com uma caixa na mão. Todos o rodearam e o viram, com calma, tirar uma pipa da caixa e dar para a menina.
         Todos ficaram com os olhos arregalados e a boca aberta. Diziam todos juntos: Que pipa mais linda! Que perfeita! A pipa mais linda do mundo!
         Era marrom, com dois pontos castanhos, um traço vermelho e longas rabiolas pretas. E brilhava... Brilhava mais que o sol.
         Todos queriam pega-la, mas a menina não deixava. E todos viam a linda pipa por trás de seus ombros.
         O pai da menina, totalmente feliz e maravilhado com a beleza da pipa, perguntou: Nossa, como você conseguiu fazer uma pipa assim? Tão linda, tão perfeita... Com um material tão diferente... Que material é esse que você usou?
         E o menininho respondeu: Eu usei espelhos.

Deri Alves

3 comentários:

  1. Lindo poema!

    e lindo menininho na foto com camisa xadrez e bermuda cargo, que claro, não é o bebê Caetano... (apaixonei!)

    bjo e vê se não some mujer!

    ResponderExcluir
  2. como assim? Devoro! Parabenizado sempre! por mais e mais, que tenham espelhos em toda tua casa, olhos de ver são uma dádiva. Um beijo de carinho para a família.

    Arê.

    ResponderExcluir
  3. lindo, quanta delicadeza.
    os pequenos despertam belezas inesperadas em nós. coisa boa, isso.
    beijo procêis tudo!
    :-)

    ResponderExcluir

morda a maçã!