poetizada

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

poesias


Nos conhecemos num sarau. Ainda que fosse um clichê o chamei de "poeta". Mal sabia que ele não seria somente mais um dentre tantos poetas talentosos daquele círculo semanal. Quando o ouvi chamar-me "poesia" pulei de alegria. Internamente. Por fora queria parecer blasé, queria que ele não reparasse na minha euforia de menina apaixonada. Por isso na primeira vez em que o vi recitando eu olhei pro chão, pro vazio. Não sei se por vergonha de saber que aquele poema era dedicado silenciosamente pra mim ou por não querer deixar transparecer o interesse. Ou as duas coisas. O que sei é que tempos depois soube que ele nunca esqueceu aquela falta de atenção e isso o motivou ainda mais a voltar naquele sarau. E assim, tempos depois, terças-feiras eram noites de grandes expectativas e tentativas de aproximação.


E assim caminhamos devagar, entre tropeços e dúvidas e enfim nos unimos.


Olhando o nosso doce pequeno Caetano, recordo uma promessa surgida na gravidez, a de sempre lermos nossas e outras poesias para ele. Me lembro do último sarau que fomos na gravidez. Eu estava bastante sensível (hormônios de grávida) e lendo esse livro que me deixava a flor da pele. Li esse texto lindo que me emocionou muito:


Quando o seu nome me veio à cabeça, foi muito antes de você existir. Antes até de amar seu pai. Há muito mais tempo eu sei de você, Francisco. E amo desde o seu não-projeto de vir. Você, seu humor, sua alegria. Eu já sabia, mas não sabia que sabia. E foi assim, sem saber, que procurei e fui achada. Foi você, dentro de mim, que fez nascer o seu pai na minha vida. Para poder vir através dele. Obrigada por parir seu pai, filho. E assim me dar a mim mesma de presente.

Cristiana Guerra


(foto da nossa viagem a Goiás, grávida de 5 meses)

3 comentários:

  1. você comentou lá no astronauta, te achei no twitter vim parar aqui e adorei a poesia desse teu projeto.
    e falando em nomes, o João quase, quase se chamou Caetano (adoro!).

    obrigada pelo comentário carinhoso. e até mais.

    beijos

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  2. Ai como é lindo saber que aquela história tem se transformado num livro sem fim de páginas. E é tão bom saber que acompanhei o "Era uma vez" até a próxima vira de página (hoje). Amo vocês com alma e coração. Beijos da Rô

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  3. Oi Amada....
    Que bom que o "amado" apareceu,
    pra encher a vida de alegria ... ai ... ai ... ai ...
    Amo-tes!!!
    Pritty

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